quinta-feira, maio 01, 2008

10 - A Visão do Trono de Deus e a Corte Celestial

“Depois destas coisas, olhei, e vi que estava uma porta aberta no céu, e a primeira voz que ouvi, como de som de trombeta falando comigo, disse: Sobe para aqui, e te mostrarei as coisas que depois destas devem acontecer. Imediatamente fui arrebatado em espírito, e um Trono estava posto no céu, e Alguém assentado sobre ele.”Apocalipse 4:1-2.

Depois de presenciar e registrar a avaliação de Deus acerca das igrejas da Ásia, João é subitamente arrebatado em espírito ao céu. É lhe dito que a partir daquele momento, ele assistiria ao que deveria suceder ao mundo, após Deus ter começado o Seu juízo por Sua própria Casa, a Igreja. Uma vez que a Casa estava em ordem, chegara a hora de julgar as nações, começando por Israel, e sua capital, Jerusalém.

11 - O Plano Secreto de Deus

Vi na mão direita do que estava assentado sobre o trono um livro escrito por dentro e por fora, selado com sete selos”.
Apocalipse 5:1.

Este livro é o propósito eterno de Deus que engloba toda a Criação. É o mesmo livro sobre o qual profetiza Isaías: “Buscai no livro do Senhor, e lede: Nenhuma destas coisas falhará, nem uma nem outra faltará. Pois a sua própria boca o ordenou, e o seu Espírito mesmo as ajuntará” (Is.34:16). O verbo “ajuntar” pode ser sinônimo de “convergir”, “reunir”, “agrupar”. E qual é o propósito eterno de Deus, afinal?


12 - Selos Rompidos - A Execução dos Propósitos Divinos

Há um Deus nos céus, o qual revela mistérios.”
Daniel 2:28a

Temos visto que o livro selado que é entregue ao Cordeiro contém o propósito de Deus que visa a restauração de todas as coisas. Tal propósito era um mistério que estava oculto desde os tempos eternos, mas que agora nos é revelado por meio do Espírito de Cristo.

Para que o propósito de Deus fosse executado, o Cordeiro teria que romper cada um dos sete selos com que o livro estava lacrado. À medida em que fossem rompidos, o propósito divino se desencadearia, passo a passo.

13 - Os 144 Mil e a Grande Tribulação

“No mundo tereis aflições. Mas tende bom ânimo! Eu venci o mundo.”
João 16:33b.

Após a abertura do sexto selo, em que um grandioso colapso de dimensões cósmicas prenuncia os juízos de Deus sobre a terra rebelde (6:12-17), João recebe uma nova visão: Quatro anjos que estavam nos quatro cantos da terra, retinham os ventos, para que não soprassem naquele momento. Enquanto os ventos são contidos, outro anjo emerge do lado do sol nascente, trazendo consigo o selo do Deus vivo. Este anjo ordena aos outros que não danificassem a terra e o mar até que os servos de Deus fossem selados em suas testas. Segundo o relato do vidente João, os que foram selados contavam 144.000 de todas as tribos de Israel. De cada uma das doze tribos, doze mil eram selados. Essa imensa multidão representa a totalidade dos santos do povo da Antiga Aliança. Neste texto, confirma-se o que profetizou Isaías: “Ainda que o número dos filhos de Israel seja como a areia do mar, o remanescente é que será salvo” (Rm.9:27; Is.10:22). E este “Remanescente” é segundo “a eleição da graça” (Rm.11:5). Ninguém é salvo meramente por ser judeu. Somente os que foram eleitos para a salvação serão salvos, a despeito de sua nacionalidade.

14 - O Sétimo Selo: O Incensário de Ouro

“Não temos a liberdade de clamar a Deus para que siga as sugestões de nossa mente e vontade, mas precisamos busca-lo somente da maneira como ele nos convidou a nos aproximarmos dele.” João Calvino (Reformador de Genebra)

"Quando ele abriu o sétimo selo” narra João, “fez-se silêncio no céu por cerca de meia hora” (8:1). Pode-se imaginar a apreensão de João e de todos quantos assistiam àquela cena. Depois de tanto barulho, de tantos sons, finalmente, um silêncio absoluto. É difícil conceber o céu como um lugar silencioso. Como se não bastasse o canto incessante dos anjos ( santo, santo, santo...), há também as constantes orações que chegam ao Trono da Graça a cada momento. Então, que silêncio seria esse? Havia no ar um misto de expectativa, reverência e apreensão. Todos pareciam apreensivos diante do que se sucederia, inclusive João. De uma coisa todos pareciam ter ciência: algo muito importante estava pra acontecer a qualquer instante.


15 - O Novo Israel

“Depois destas coisas olhei, e vi uma grande multidão, que ninguém podia contar, de todas as nações, tribos, povos e línguas, que estavam em pé diante do trono e perante o Cordeiro...” Apocalipse 7:9ª

“Portanto, eu vos digo que o reino de Deus vos será tirado, e será entregue a um povo que produza os seus frutos.”
Jesus, o Cristo em Mateus 21:43.

Se quisermos entender melhor o livro do Apocalipse, precisaremos compreender de forma mais ampla as questões que envolvem a Antiga e a Nova Aliança, e os seus respectivos povos. Nesta terceira parte de nosso estudo expositivo do Apocalipse, teremos de abrir um parêntese que nos preencherá vários capítulos, para então retornarmos ao livro das Revelações. Neste parêntese, faremos algumas importantes considerações e incursões pelas narrativas bíblicas, buscando desvendar os motivos divinos por trás da rejeição de Israel, e da admissão de todas as nações no propósito redentivo de Deus.

16 - Babilônia - A Grande Meretriz

"Tomarei, pois, os membros de Cristo, e fá-los-eimembros de meretriz? Não, por certo.”
1 Coríntios 6:15b.

"Como se fez prostituta a cidade fiel!”, exclama o profeta em alusão à Jerusalém (Is.1:21a). Além de ser considerada como Egito, Jerusalém também é apresentada em Apocalipse como a Grande Babilônia. Muitos intérpretes entendem que Roma seria a Babilônia apocalíptica, e que nos últimos tempos se levantaria novamente na terra, para ser outra vez derrubada. Discordamos de tal interpretação. A Babilônia de Apocalipse é Jerusalém. Em Apocalipse 11:8, Jerusalém é chamada de “a grande cidade”, da mesma forma como Babilônia é chamada em Ap.16:19 e 18:16. Há inúmeras passagens nas Escrituras, principalmente entre os profetas, em que Jerusalém é apresentada como uma grande prostituta. Ezequiel, por exemplo, diz que ela prostitui-se com o Egito, com a Assíria, e com a Caldéia (16:26-29); o que parece concordar com Ap.17:2, onde se diz que “com ela se prostituíram os reis da terra, e os que habitam na terra se embebedaram com o vinho da sua prostituição”. Deus chega a chamá-la de “meretriz descarada” (Ez.16:30). Deus ainda a ameaça dizendo: “Eu ajuntarei todos os teus amantes, com os quais te misturaste, como também todos os que amaste, com todos os que aborreceste, ajuntá-los-ei contra ti em redor”(v.37a). Esta ameaça divina encontra um impressionante paralelo em Ap.17:16-17a, onde se diz que “a besta ( Roma Imperial ) e os dez chifres que viste são os que odiarão a prostituta, e tornarão desolada e nua, e comerão as suas carnes, e a queimarão no fogo. Pois Deus lhes pôs no coração o realizarem o intento dele...” Se a Grande Babilônia fosse Roma, então não haveria sentido em Roma ser odiada pelo próprio Império Romano!


17 - As Primeiras Pragas e Trombetas

"Portanto, num mesmo dia virão as suas pragas, a morte, e o pranto, e a fome. Será queimada no fogo, pois forte é o Senhor Deus que a julga.” Apocalipse 18:8.

O mesmo Deus que livrou Israel do Egito, manifestando ali os Seus juízos através de duras pragas, advertiu o Seu povo para que não abandonasse os Seus mandamentos, sob pena de ser igualmente atingido pelas mesmas pragas. Moisés, reunindo todos filhos de Israel, disse-lhes:

"Mas se não deres ouvidos à voz do Senhor teu Deus, se não cuidares em cumprir todos os seus mandamentos e estatutos que hoje te ordeno, então virão sobre ti todas estas maldições, e te atingirão (...) O Senhor te enviará a praga, a confusão e a ameaça em tudo o que empreenderes, até seres destruído e repentinamente pereceres por causa da maldade das tuas obras, pelas quais me deixaste (...) Fará voltar contra ti todos os males do Egito, de que tiveste temor, e eles se apegarão a ti.” Deuteronômio 28: 15, 20,60.

Basta compararmos as advertências contidas neste capítulo com os relatos históricos de Flávio Josefo e de Eusébio de Cesaréia acerca da destruição de Jerusalém em 70 d.C., e encontraremos uma precisão profética surpreendente.

18 - As Duas Testemunhas - A Palavra prevalece!


N
este capítulo, vamos estudar as figuras das duas testemunhas, que aparecem no capítulo 11. João começa esse capítulo dizendo que foi-lhe “dada uma cana semelhante a uma vara, e foi-me dito: Levanta-te, e mede o templo de Deus, e o altar, e os que nele adoram. Mas deixa o átrio que está fora do templo; não o meças, porque foi dado aos gentios. Estes pisarão a cidade santa por quarenta e dois meses.” 

O templo mencionado aqui é o templo de Jerusalém, construído por Salomão, e recons-truído por Zorobabel, após sua queda e o exílio babilônico. É à luz deste texto que defendemos a teoria de que esse livro fora escrito antes da queda do templo e de Jerusalém no ano 70 d.C. Muitos acreditam que ele tenha sido escrito por volta do ano 68 d.C., e não em 96 d.C. como defendem outros. 


sexta-feira, fevereiro 22, 2008

19 - As Bodas do Cordeiro

Os capítulos 18 e 19 de Apocalipse expressão grandes contrastes entre si.

Se Apocalipse 18 é o capítulo dos “ais”, Apocalipse 19 é o capítulo dos “aleluias”. Depois de anunciar a queda da Babilônia, chegara a hora de exultar, pois a prostituta cedera lugar à virgem noiva do Cordeiro, a Nova Jerusalém.

A exemplo do que aconteceu à rainha Vasti, que fora destituída por não atender ao chamado do Rei Assuero, e substituída por Ester, Deus divorciou-se de Israel, para contrair novas núpcias com Seu novo povo, a Igreja.

Tal divórcio já havia sido predito: “Dei carta de divórcio à infiel Israel e a despedi, por causa dos seus adultérios”(Jer.3:8a). Talvez seja este um dos motivos porque Deus odeia o divórcio. Ele passou por um, e sabe o quanto dói.

Mas, uma vez divorciado, Ele estava livre para casar-Se novamente. A Nova Aliança nada mais é do que novas núpcias entre Deus e o Seu povo.


20 - A Sétima Trombeta e o Mistério de Deus

“Mas há um Deus nos céus, o qual revela mistérios.” Daniel 2:28a.

Entre as três primeiras pragas e as sete últimas, há um intervalo de seis capítulos. Os assuntos contidos nesses capítulos visam alertar a Igreja para o seu papel na execução dos propósitos de Deus. Portanto, do capítulo 10 ao 15, o foco sai de Israel e recai sobre a Igreja cristã.

No capítulo dez, João vê um forte anjo descendo do céu, vestido de uma nuvem. Sobre a sua cabeça havia um arco-íris; seu rosto brilhava como o sol, e os seus pés se assemelhavam a colunas de fogo. Estas descrições nos levam a crer que trata-se do próprio Cristo em uma teofania (1). Afinal, Ele é o Anjo da Aliança (o arco-íris simboliza a aliança), e somente o Seu rosto é apresentado com um brilho superior ao do sol (Ap.1:16). Quanto ao livrinho que Ele tinha na mão, trata-se do mesmo livro que o Cordeiro recebeu da mão de Deus, o Pai, e que representa a totalidade do propósito de Deus para com o universo físico e espiritual (Ap.5). O livro está aberto porque os seus selos já foram rompidos. Quando se diz que os Seus pés estão sobre a terra e o mar, revela-se que o Seu Reino abrange todos os povos e nações, e não apenas os judeus, como imaginavam alguns. A palavra “terra” representa Israel, enquanto que “mar” representa os povos gentílicos.


21 - A Mulher e o Dragão

“Assim diz o Senhor Deus: Estou contra ti, ó Faraó, rei do Egito, grande dragão...”Ezequiel 29:3a.

O capítulo 12 de Apocalipse descortina a história por trás da história. João conta que “viu-se um grande sinal no céu: uma mulher vestida de sol, tendo a lua debaixo dos pés, e uma coroa de doze estrelas sobre a cabeça. Ela estava grávida e gritava com as dores de parto, sofrendo tormentos para dar à luz” (1-2). Esta mulher não é Maria, como insistem os teólogos católicos. Trata-se do povo de Deus, o verdadeiro Israel, formado por aqueles que viviam a expectativa do nascimento do Messias prometido por Deus. Desde Sete, passando por Abraão, até Simeão e Ana, e tantos outros que ansiavam pela chegada do Libertador. Simeão, por exemplo, foi o homem a quem Deus revelou que não morreria sem que visse “o Cristo do Senhor” (Lc.2:26b). Quando José e Maria trouxeram o recém-nascido para apresentar no Templo, Simeão O tomou nos braços e disse: “Agora, Senhor, despede em paz o teu servo, segundo a tua palavra, pois os meus olhos já viram a tua salvação, a qual preparaste perante a face de todos os povos, luz para iluminar os gentios, e para glória do teu povo Israel”(vs.29-32). Após estas palavras, Simeão dirigiu-se a Maria e declarou: “Esta criança é posta por queda e elevação de muitos em Israel, para ser alvo de contradição, e para que se manifestem os pensamentos de muitos corações”(v.34). Foi daquela linhagem justa que veio o Filho de Deus.