quinta-feira, maio 01, 2008

17 - As Primeiras Pragas e Trombetas

"Portanto, num mesmo dia virão as suas pragas, a morte, e o pranto, e a fome. Será queimada no fogo, pois forte é o Senhor Deus que a julga.” Apocalipse 18:8.

O mesmo Deus que livrou Israel do Egito, manifestando ali os Seus juízos através de duras pragas, advertiu o Seu povo para que não abandonasse os Seus mandamentos, sob pena de ser igualmente atingido pelas mesmas pragas. Moisés, reunindo todos filhos de Israel, disse-lhes:

"Mas se não deres ouvidos à voz do Senhor teu Deus, se não cuidares em cumprir todos os seus mandamentos e estatutos que hoje te ordeno, então virão sobre ti todas estas maldições, e te atingirão (...) O Senhor te enviará a praga, a confusão e a ameaça em tudo o que empreenderes, até seres destruído e repentinamente pereceres por causa da maldade das tuas obras, pelas quais me deixaste (...) Fará voltar contra ti todos os males do Egito, de que tiveste temor, e eles se apegarão a ti.” Deuteronômio 28: 15, 20,60.

Basta compararmos as advertências contidas neste capítulo com os relatos históricos de Flávio Josefo e de Eusébio de Cesaréia acerca da destruição de Jerusalém em 70 d.C., e encontraremos uma precisão profética surpreendente.

No verso 49 é dito que o Senhor levantaria contra Israel “uma nação de longe, da extremidade da terra, veloz como a águia”. Os exércitos romanos impunham estandartes e emblemas em forma de águia. No verso 52 é dito que tal nação sitiaria as suas cidades, o que também aconteceu. No 53, lemos:: “Comerás o fruto do teu ventre, a carne de teus filhos e filhas, que o Senhor teu Deus te houver dado, por causa do cerco e da angústia com que os teus inimigos te apertarão.” Tanto Flávio Josefo quanto Eusébio relatam que uma mulher judia, devido à fome que imperava em Jerusalém por causa do cerco romano, foi capaz de comer seu próprio filho que amamentava. (1)

Ao término do capítulo 28 de Deuteronômio, o Senhor adverte que faria voltar muitos do Seu povo ao Egito, e que ali seriam oferecidos como escravos. Eusébio dá testemunho de que, dos que sobreviveram ao cerco e à destruição de Jerusalém, “os que tinham mais de dezessete anos foram enviados como prisioneiros para trabalhas nas minas do Egito (...) Os que tinham menos de dezessete anos foram levados para serem vendidos à escravidão. Só esses foram mais de noventa mil.” (2)

Tanto o Egito, quanto Jerusalém foram atingidos por dez pragas. Confira e compare abaixo, a relação dessas pragas:

Jerusalém

1. Fogo: Ap.8:7-13
2. Fumaça: 9:1-11
3. Enxofre - vs.13-21
4. Chaga dolorosa - Ap.16:2
5. Mar em Sangue - v.3
6. Rios e Fontes em Sangue - v.4
7. Grande Calor - v.9
8. Reino tenebroso - vs.10-11
9. Espíritos como rãs - vs.12-14
10. Saraiva - vs.17-21

Egito

1. Águas em Sangue - Êx.7:14-25
2. Rãs - 8:1-6
3. Piolhos - 8:16-17
4. Moscas - 8:24
5. Peste nos animais - 9:2-6
6. Tumores e Úlceras - 9:8-10
7. Saraiva- 9:18
8. Gafanhotos - 10:4-5
9. Trevas - 10:21
10. Morte dos Primogênitos -11:1-10

Vamos examiná-las mais esmiuçadamente, e descobrir o seu real significado.

· A Primeira Praga


O capítulo 8 de Apocalipse deixa claro que são as orações dos santos que desencadeia uma série de juízos divinos sobre a Cidade Infiel. Enquanto um anjo oferecia no altar de Deus o incenso com a oração dos crentes, sete anjos são posicionados para tocarem suas trombetas. Cada trombeta deveria anunciar um juízo específico de Deus, que se manifestaria através de uma praga.

1a Praga - O Fogo - Ao ressoar da primeira trombeta, “houve saraiva e fogo misturado com sangue, que foram lançados na terra”(8:7). Isso já havia sido profetizado em Joel 2:30, onde Deus promete mostrar maravilhas no céu e na terra, “sangue e fogo e colunas de fumaça”. Cremos que esta primeira trombeta foi tocada em Pentecostes. Basta lermos o discurso de Pedro, justificando o fenômeno pentecostal para aqueles que pensavam que os discípulos estavam ébrios. “Estes homens não estão embriagados”, afirmou o apóstolo, “mas isto é o que foi dito pelo profeta Joel: Nos últimos dias, diz Deus, do meu Espírito derramarei sobre toda a carne (...) Farei aparecer prodígios em cima no céu, e sinais em baixo na terra, sangue, fogo e vapor de fumo” (At.2:15a, 16-17a). Será que Pedro, cheio do Espírito Santo, cometeria um equívoco de interpretação? Acredito que não. Então, o que significaria isso? Apocalipse 8 começa falando acerca de um período de silêncio no céu. Esse período de “meia hora” aponta para os dias em que os discípulos estiveram reunidos em Jerusalém à espera do cumprimento da Promessa do Pai. O resultado desta espera é apresentado no verso 5, onde é dito que o “anjo tomou o incensário, encheu-o do fogo do altar e o lançou sobre a terra”. Ora, a expressão “fogo do altar” é uma figura do próprio Espírito Santo. Isaías relata em sua magnífica visão, que um serafim lhe tocou com uma tenaz que trazia brasa viva extraída do altar de Deus (Is.6:6), para purificar os seus lábios, habilitando-o a profetizar. Quando o Espírito desceu em Pentecostes, todos os que estavam no cenáculo “viram línguas repartidas, como que de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles” (At.2:3).

Em seu testemunho acerca de Cristo, João Batista diz que Ele batizaria com “Espírito Santo e com fogo. Na mão ele tem a pá, e limpará a sua eira, recolhendo o trigo no seu celeiro e queimando a palha com fogo que nunca se apagará” (Mt.3:11b-12). O fogo do altar é o próprio Espírito, enquanto que, o fogo acompanhado de saraiva e sangue representa o Juízo que seria derramado após a descida do Espírito Santo. Lembremo-nos de que o termo “praga” é uma alusão ao juízo de Deus. Para nós, os crentes em Cristo, o fogo enviado por Deus é bênção para as nossas vidas, pois trás santificação através do juízo. Lembremo-nos de que Pedro advertiu que o julgamento começaria pela Casa de Deus (1 Pe.4:17). Ele diz: “Amados, não estranheis o fogo ardente que surge no meio de vós, destinado a provar-vos, como se alguma coisa extraordinária vos estivesse acontecendo, pelo contrário, alegrai-vos na medida em que sois co-participantes dos sofrimentos de Cristo (...) Porque a ocasião de começar o juízo pela casa de Deus é chegada; ora, se primeiro vem por nós, qual será o fim daqueles que não obedecem ao evangelho de Deus?” (vs.12-13a,17). Através das perseguições sofridas pela Igreja, somente os verdadeiramente convertidos perseverariam até o fim, porém a palha seria consumida. O mesmo fogo que purifica o ouro, eliminando as impurezas que nele houver, consome a palha e o restolho. Crentes nominais jamais conseguiriam ficar por muito tempo na congregação dos santos. Caberia ao fogo demonstrar qual era a obra de cada um (1 Co.3:12-13). Era através desse fogo que as coisas abaláveis seriam removidas, “para que as inabaláveis permaneçam” (Hb.12:27). Portanto, a primeira trombeta anunciava uma “praga” que atingiria, ao mesmo tempo, cristãos e ímpios. Assim como a primeira praga derramada sobre o Egito foi a única que atingiu tanto os hebreus quanto os egípcios. A transformação das águas do Nilo em sangue atingiu a ambos os povos.

A primeira praga enviada sobre Jerusalém é dividida em quatro partes:
1. Primeira Trombeta - Saraiva e Fogo misturado com sangue (já comentamos).

2. Segunda Trombeta - Um Grande Monte ardendo em fogo é lançado no mar, e transforma a terça parte do mar em sangue, matando a terça parte das criaturas viventes do mar, e destruindo a terça parte dos navios. Esta profecia nos remete à passagem em que Jesus afirma aos Seus discípulos que se tivessem fé, e não duvidassem, ordenariam ao monte: Ergue-te e precipita-te no mar, e assim seria feito (Mt.21:21). Mateus relata duas vezes em que Jesus usou a mesma figura do monte para demonstrar como a fé era capaz de remover os mais terríveis obstáculos. Na primeira vez, Jesus respondia à indagação dos discípulos que não haviam conseguido expulsar o demônio de um menino epiléptico. Na segunda vez, Ele havia acabado de amaldiçoar a uma figueira por não haver encontrado qualquer fruto nela. Vendo que os Seus discípulos estavam estupefatos diante da figueira que se secara, Jesus explicou-lhes que a fé era capaz de fazer precipitar uma montanha ao mar. É ponto pacífico entre a maioria dos teólogos que a figueira é uma figura de Israel, como fica claro na parábola da figueira estéril (Lc.13:6-9). Assim como aquela figueira, Israel também não produziu os devidos frutos exigidos pela justiça divina, e por isso, pôs-se sob a maldição da Lei. E quanto ao monte ardendo em fogo de Apocalipse? Na analogia de Paulo apresentada em sua carta aos Gálatas, Jerusalém é comparada ao monte Sinai, “gerando filhos para escravidão” (Gl.4:25). Já o escritor de Hebreus parece ir um pouco mais longe quando compara o judaísmo obsoleto ao “monte palpável e ardente”(Hb.12:18). Diante de tais evidências, cremos que o monte ardendo em chamas que cai no mar nada mais é do que o judaísmo apóstata que estava contaminando os povos com a sua devassidão. Por toda a extensão do Império Romano era possível encontrar sinagogas judaicas. Aliás, fora em algumas dessas sinagogas que Paulo iniciara seu trabalho de evangelização em várias das mais importantes cidades do Império. Foi assim em Salamina (At.13:5), em Antioquia (v.14), em Icônio (14:1), em Tessalônica (17:1), em Beréia (v.10), em Corinto (18:1,4) e em Éfeso (v.19). Embora essas sinagogas tenham servido ao propósito de Deus para que o evangelho de Cristo foi pregado, elas também foram usadas para propagar o judaísmo talmúdico, que abandonara a Palavra de Deus, aliando-se às tradições dos homens. E assim o mar (fig. os povos gentílicos) foi contaminado, no sentido de que o judaísmo tentou vacinar os gentios contra a pregação do Evangelho. O judaísmo, portanto, foi o primeiro grande obstáculo que a Igreja de Cristo teve de enfrentar. Paulo diz que os judeus, além de não agradarem a Deus, “são contrários a todos os homens, e nos impedem de falar de aos gentios para estes sejam salvos” (1 Ts.2:16). Podemos dizer, sem medo de errar, que foi a pregação da fé evangélica a responsável pela precipitação daquela grande montanha.

3. Terceira Trombeta - Cai do céu uma grande estrela que arde como uma tocha cujo nome é Absinto. Ao cair sobre a terça parte dos rios e sobre as fontes, fez com que a terça parte das águas se tornassem em absinto. Em Apocalipse, as estrelas apontam para as autoridades espirituais, tanto angélicas quanto humanas. As sete estrelas que Cristo tinha nas mãos eram os líderes das igrejas da Ásia Menor (1:20). As doze estrelas que aparecem na coroa da mulher vista por João no capítulo doze são provavelmente os doze patriarcas ou as doze tribos de Israel. Neste mesmo capítulo, a cauda do dragão (diabo) lança sobre a terra a terça parte das estrelas do céu (anjos rebeldes). Portanto, a grande estrela que João vê cair do céu pode significar tanto um anjo quanto uma importante liderança religiosa da época. Porém, preferimos acreditar tratar-se do próprio Satanás. Isso parece concordar com a advertência encontrada no capítulo doze, que diz: “Ai dos que habitam na terra e no mar, porque o diabo desceu a vós, e tem grande ira, sabendo que pouco tempo lhe resta” (v.12). Assim como ele seduziu a terça parte dos anjos, ele agora estava disposto a contaminar a terça parte das águas (povos). Ele recebe o nome de Absinto, por causa da amargura que ele produz no coração dos homens, e por conseguinte, nas relações humanas. Não é em vão que o sacro escritor nos admoesta: “Tende cuido de que ninguém se prive da graça de Deus, e de que nenhuma raiz de amargura, brotando, vos perturbe, e por ela muitos se contaminem” (Hb.12:15). Foi Satanás o autor da animosidade que dividiu o povo judeu, e por fim, fê-lo sucumbir diante das hostes romanas. Desta forma, ele agiu sob a permissão de Deus, e como instrumento da justiça divina sobre o povo que rejeitou a paz que vinha do alto.

4. Quarta Trombeta - A terça parte do sol, da lua e das estrelas é ferida, provocando trevas parciais. É importante notar que nesta primeira praga, em cada manifestação do juízo divino, somente a terça parte é atingida. A chuva de saraiva faz com que a terça parte da terra seja queimada, juntamente com a terça parte das árvores, e de toda a erva verde; o monte ardente faz com que a terça parte do mar se torne em sangue, matando a terça parte das criaturas marítimas e destruindo a terça parte dos navios; a grande estrela cai sobre a terça parte dos rios, fazendo com que a terça parte das águas se tornem amargas e letais. Agora é a vez dos astros celestes serem feridos. Porém, somente a terça parte deles é atingida. O resultado é que a terça parte do dia não brilhou, e semelhantemente da noite. Isso se deu pelo fato de a Igreja ainda estar presente em Jerusalém quando estas pragas foram ministradas. A destruição completa só viria quando a Igreja fosse removida de Jerusalém. Eusébio acreditava que Deus havia adiado a destruição de Jerusalém por quarenta anos após seus crimes contra o Cristo. “Durante esse tempo, a maior parte dos apóstolos e discípulos, o próprio Tiago, o primeiro bispo da cidade, em geral chamado irmão de nosso Senhor, ainda vivo em Jerusalém, continuaram servindo como proteção sólida para o lugar.” (3)

O oitavo capítulo de Apocalipse termina com o seguinte relato de João: “Enquanto eu olhava, ouvi uma águia que, voando pelo meio do céu, dizia com grande voz: Ai, ai, ai dos que habitam sobre a terra! Por causa das outras vozes das trombetas dos três anjos que ainda vão tocar”(v.13). Que águia seria essa senão a própria Igreja de Cristo que, enquanto ainda estava em Jerusalém, admoestava aos judeus a que se arrependessem e se voltassem para Deus (At.20:21). O tempo decorrido entre a primeira e a quarta trombeta compreende o período da Igreja relatado no livro de Atos.

(1) JOSEFO, Flávio, História dos Hebreus, Livro VI, Cap.22:459.
CESARÉIA, Eusébio de, História Eclesiástica, Livro III, Cap.VI.
(2) Ibid. Livro III, Cap.VII
(3) CESARÉIA, Eusébio de, História Eclesiástica, Livro III Cap. VII.

4 comentários:

Palmira Chagas disse...

Creio que o apocalipse é uma revelação para o tempo do fim, assim sendo as aplicações são bonitas, mas estas pragas ainda virão. Também tenho um blog sob o apocalipse que está sendo feito para meus alunos da classe bíblica. www.apocalipseparaprincipiantes.blogspot.com ainda está em construção mas se quiser faça uma visita e veja uma posição diferente da sua, mas que poderá te dar uma visao em outro angulo

helder feitosa de lima disse...

paz do senhor pessoal,quero ser breve no meu comentario, quero falar acerca, das duas testemunha dos seus nomes, eu acredito que essas duas testemunhas é Elias,e Moiseis, porque? porque em apocalipse 11aseguir fala que osenhor vai da poder para profetisar e não aver chuva esse é Elias o outro vai ter poder para torna o mar em sangue,e poder sobre as pragas, esse é Moiseis, são os as duas testemunhas que ah de vir dois homem de Deus.

helder feitosa de lima disse...

paz do senhor pessoal,quero ser breve no meu comentario, quero falar acerca, das duas testemunha dos seus nomes, eu acredito que essas duas testemunhas é Elias,e Moiseis, porque? porque em apocalipse 11aseguir fala que osenhor vai da poder para profetisar e não aver chuva esse é Elias o outro vai ter poder para torna o mar em sangue,e poder sobre as pragas, esse é Moiseis, são os as duas testemunhas que ah de vir dois homem de Deus.

Alan disse...

Irmão a Paz do Senhor Jesus.
A palavra de Deus é eterna, queria colocar aqui segundo a revelação que cristo me deu.
EM apocalipse com relação a 1 trombeta, já foi tocada tanto nas explicações do nosso irmão quanto no que virá, primeiro temos que entender em quantos periodo esta divida a biblia, Novo e Velho testamento? Errado! Velho =, Novo=, Espirito Santo.
Desculpem mas não vai dar para falar tudo aqui então vou resumir.
No principio era o verbo e o verbo se fez carne e depois habitou entre nós(todos), vivemos o tempo do ES, Onde Ele fala sua iGreja, Aproveite para falar para 10 pessoas se ja ouviram a trobeta tocando, 1 vai te responder que sim outra nem se dão conta, (dormem). Então vamos lá, a 1º trombeta - Ja tocou? Sim, você liga a tv e vai ver que com as altas temperaturas na terra e a desmatação, tem feito uma grande devastação. 2º trombeta tocou? Sim, Pega uma revista de Jack cousteau é um ambientalista que diz + de um terço da vida do mar se acabou, e o terceiro tocou? Sim, Você bebe agua da torneira, ontem eu vi uma materia que falava sobre higiene dos alimentos, na qual os fiscais entraram na lanchonete e viram que o suco era feito com aguá da torneira, o maior mal que temos hoje é água que virou absinto e muitos morreram por causa disso. a 4º trombeta tocou? Não esta vai tocar ainda vai ser quando as potencia dos céus serão abaladas e a grande tribulação virá e aqueles que ficarem terão o compromisso de levar a palavra para israel na qual Deus tem vontade de estabecer nova aliança, Infelizmente não para falar tudo aqui tem muito mais profecias dentro. APSJ